domingo, 11 de setembro de 2011

Paisagem, espaço e lugar

            Considera-se paisagem a imagem resultante da síntese de todos os elementos presentes em determinado local (uma definição tradicional da paisagem é a de um espaço territorial abrangido pelo olhar). A paisagem é tudo o que nós vemos,o que nossa visão alcança,é paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível,aquilo que a vista abarca. (É formada não apenas de volumes mas também de cores,movimentos,odores,sons etc. Sendo assim a paisagem não é espaço,pois se tirarmos a paisagem de um determinado lugar,o espaço não deixará de existir.)
            Numa outra definição, pode-se dizer que Paisagem, é um sistema complexo e dinâmico, onde diferentes fatores naturais e culturais interagem e evoluem em conjunto. Determina e é determinada pela ecologia, fatores culturais, emotivo-sensoriais e sócio-econômicos.
            Devido a isto, o termo é normalmente usado para se referir às visuais e perspectivas existentes em cada ambiente, sendo inclusive uma categoria da pintura.
            Paisagem é tudo o que vemos em determinado momento. Todos os objetos e seres vivos presentes em determinado lugar são elementos que formam a paisagem.Esses elementos podem ser naturais ou humanizados.

Tipos de paisagem

            Uma paisagem reúne os seguintes entre vários elementos:

            A paisagem é um resultado material de todos processos (naturais e humanizados) de determinado local. Temos dois tipos de paisagem: Paisagem Natural e Paisagem Humanizada.

Paisagem natural: A paisagem natural é aquilo que vem de origem da natureza, sem interferência da mão humana.


Paisagem Humanizada: Já a paisagem humanizada é aquela que tem resultados e transformações da intervenção humana.



Topografia

Ambiente natural: vegetação, formação geológica.

Ambiente construído: obras de arquitetura, obras de engenharia.

Espaço geográfico é qualquer região ou fração de espaço do planeta.

O espaço geográfico pode ser dividido essencialmente em três subespaços:

Geosfera (ao qual pertence a litosfera); Hidrosfera; e Atmosfera.


            A combinação da litosfera com a hidrosfera e a atmosfera constitui um subespaço geográfico denominado biosfera. Este subespaço recebe tal denominação por corresponder à porção do planeta que é capaz de comportar vida.
            Em termos geopolíticos, um espaço geográfico, quando restrito à biosfera, está sujeito a discussões e acordos quanto à sua delimitação e propriedade -- principalmente quando se refere a alguma região do solo (litosfera) à qual se associa uma concepção de posse. Neste caso, tal espaço é entendido como uma propriedade ou território.
            Enquanto algumas culturas garantem os direitos de um indivíduo em termos de propriedade, em outras culturas a posse territorial assume um sentido mais comunitário. Há ainda culturas que consideram que são os indivíduos que pertencem ao territórrio e não o contrário.
            O planejamento espacial é um método de regulação do uso do espaço no nível do solo, com decisões tomadas nos níveis regional, nacional e internacional. O espaço geográfico também impacta na cultura e comportamento humano, sendo um fator relevante na arquitetura, que por sua vez tem impacto na construção de fazendas, edificações e outras estruturas.
            A propriedade do espaço não está restrita à terra: os direitos de propriedade do espaço aéreo (atmosfera) e das águas (hidrosfera) que fazem fronteira entre diferentes Estados (as ditas "águas territoriais") são decididos internacionalmente. Outras formas de propriedade têm sido discutidas mais recentemente, como por exemplo os direitos de exploração do espaço abrangido pelos espectros eletromagnéticos e pelo cyberespaço.
            Na corrente conhecida como geografia tradicional, o conceito de espaço não era uma categoria central de pesquisa, pois os geógrafos trabalhavam principalmente com os conceitos de superfície terrestre, região, paisagem e território. Já a partir da década de 1950, com a chegada da geografia quantitativa, o conceito de espaço tornou-se central nas pesquisas em geografia humana. De fato, essa corrente do pensamento geográfico definia a geografia como a ciência que estuda a organização espacial, ou seja, a lógica que estabelece os padrões de distribuição espacial dos fenômenos e as relações que conectam pontos diferentes do espaço. Nesse sentido, a geografia precisava entender a lógica do comportamento dos agentes sociais para poder explicar a localização das atividades humanas e os fluxos de pessoas, mercadorias e informações que conectam os lugares. Mas, de meados dos anos 1970 em diante, o conceito de espaço foi totalmente redefinido pela geografia crítica. Essa corrente afirma que, assim como a cultura, a política e a economia são instâncias da sociedade, o mesmo ocorre com o espaço, que, como produto social, reflete os processos e conflitos sociais, ao mesmo tempo em que influi neles. Para a maior parte dos geógrafos críticos, como Milton Santos, Ruy Moreira, David Harvey, entre outros, o objeto de estudo da geografia é o espaço, concebido de forma humanizada e politizada como uma instância social.
            A ideia de lugar é muito abrangente, pois faz parte tanto do senso comum quanto do conhecimento científico. Na geografia, o termo lugar já foi empregado de muitas formas, pois cada corrente de pensamento geográfico o define de um modo distinto.
            Assim, na geografia tradicional, a palavra lugar não constituía um conceito científico, pois era utilizada frequentemente do mesmo modo que no senso comum, ou seja, como sinônimo de localização. Quando usada no plural, servia geralmente para fazer referência à variabilidade das combinações de elementos na superfície da Terra e, por conseguinte, ao conjunto de características naturais e humanas que particularizam uma determinada porção da superfície terrestre. Isso era visível quando Paul Vidal de La Blache afirmava que “a geografia é a ciência dos lugares, não dos homens” e quando autores como Richard Hartshorne diziam que “os lugares são únicos”.
            A geografia quantitativa, interessada em estudar a organização espacial, também se utilizava da palavra lugar com o sentido de localização, já que os conceitos de organização espacial, região homogênea, região funcional, polo de crescimento, entre outros do gênero, eram mais apropriados para enfoques de tipo morfológico, isto é, interessados em explicar os padrões de distribuição e de relações espaciais estabelecidos pelos agentes econômicos e sociais.                       
            Nesse sentido, a geografia humanista foi a primeira vertente da geografia a fazer uso da palavra lugar como um conceito científico. De fato, esse foi um dos conceitos fundamentais para os propósitos dessa corrente, interessada em pesquisar as relações subjetivas do homem com o espaço e o ambiente. Os geógrafos humanistas destacam a importância de estudar o cotidiano como forma de compreender os valores e atitudes que as pessoas comuns elaboram a respeito do espaço e do ambiente em que vivem. O conceito de lugar é apropriado para esse tipo de pesquisa por dizer respeito aos espaços vivenciados pelas pessoas em suas atividades cotidianas de trabalho, lazer, estudo, convivência familiar, etc. Por esse motivo, a geografia humanista define o lugar como uma forma de experiência humana, “um tipo especial de vivência do espaço”. Ele tem, portanto, o mesmo conteúdo que os fenomenologistas atribuem ao conceito de mundo, isto é, o conjunto das vivências individuais e subjetivas dos sujeitos; “aquilo que em primeiro lugar aparece à consciência”
            A geografia crítica, por sua vez, não dá a mesma importância teórica ao conceito de lugar, pois trabalha principalmente com os conceitos de espaço geográfico e de território. Todavia, alguns geógrafos críticos, como Milton Santos, passaram a conferir maior importância teórica ao conceito de lugar ao longo do tempo. No livro A natureza do espaço, esse autor fala sobre a “força do lugar” e o qualifica como um espaço produzido por duas lógicas, a saber, a das vivências cotidianas das pessoas e a dos processos econômicos, políticos e sociais que constituem a globalização. Nesse sentido, a abordagem crítica do lugar procura se diferenciar da abordagem humanista na medida em que leva em conta as influências dos processos relacionados à globalização no estudo das vivências que os indivíduos desenvolvem nos lugares. E essa influência é caracterizada por Milton Santos e outros geocríticos, em geral, como impositiva, perversa e estranha aos interesses do lugar.

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